terça-feira, 30 de maio de 2017

Carlos Torres Câmara

Timbre em documento oficial da
Escola de Aprendizes Artífice do Ceará
em documento de 1914 acessível no site da FGV
Conheci a figura histórica de Carlos Torres Câmara depois de ter buscado a história do IFCE, seu passado enquanto Escola Técnica Profissional, enquanto Escola de Aprendizes Artífices. Carlos Câmara foi o dirigente que passou mais tempo no comando a Escola de Aprendizes Artífices. Foi ele mesmo o seu consolidador e defensor. Antes dele, passaram rápido, 4 gestores, que não deixaram sua marca no que estava acontecendo com a Escola de Artífices de Fortaleza. A Instituição começou a funcionar em 1910 e Carlos Câmara já estava no comando em 1913, logo foi um breve período de iniciação, sem transformações na instituição.

Foi publicado no "Almanaque do Ceará" de 1922 um relatório detalhado das atividades da Escola de Aprendizes Artífices. Nele consta os gastos anuais, as matrículas totais e a frequência média dos alunos. Consta ainda a lista dos alunos concludentes até 1921, dos cursos ofertados. O relatório apresenta a situação em que se encontrava a escola e como os esforços de Carlos Câmara resultaram em melhoramentos. Ressalta também a preocupação com a questão pedagógica. Sua preocupação foi abordada em publicação intitulada de Revista Pedagógica. Ela era bimestral e seu primeiro volume surgiu em janeiro de 1917. Barão de Studart é citado por Plácido Aderaldo Castelo em seu livro "História do Ensino no Ceará", dando notícia  de que a Revista Pedagógica foi uma publicação valiosa para a difusão do ensino e problemas pedagógicos e didáticos.

Imagem ilustrativa do Diário Oficial do Estado
com a publicação do Decreto nº 548.
Confira original no site do DOE.
Carlos Torres Câmara foi um jornalista. Se lançou na política e exerceu mandado de deputado estadual de 1909 até 1912. Escritor de peças de teatro e um dos fundadores do grupo teatral, Grêmio Dramático Familiar. membro da Academia Cearense de Letras, foi muito fecunda sua produção intelectual. Procurando a internet é possível conferir um monte de textos e suas produções. No site da Academia Cearense de Letras é possível conferir uma cronologia de sua biografia, entrevista e suas obras teatrais.

No livro de Plácido Castelo existe um relato que aponta para um fato conclusivo: foi Carlos Câmara quem comandava o já Liceu Industrial de Fortaleza, quando foi articulada a aquisição e construção de uma nova sede, definitiva, para a instituição. Tal fato aconteceu com o Decreto nº 548 de 4 de maio de 1939, 54 dias depois do falecimento de Carlos Câmara. A nova sede na Avenida 13 de maio foi inaugurado em 19 de março de 1952. Foi construído pela Construtora Emílio Hinko Ltda. Na época da inauguração era denominada "Escola Industrial do Ceará".

Assinatura de Carlos Torres Câmara acessível no site da FGV
Bibliografia
COSTA, Marcelo: Carlos Câmara: O mestre cearense da burleta. Fortaleza, SECULT, 1994
QUINDERÉ, Caio: A Poética de um tempo: Estudos sobre o teatro de Carlos Câmara. Fortaleza: Premius, 2008
DIÓGENES, Osmar: Asilo de mendicidade: memória histórica. Fortaleza: INESP, 1997
AZEVEDO, Miguel Ângelo: Cronologia Ilustrada de Fortaleza. Fortaleza: UFC, 2001

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